A alopecia areata é uma condição que pode ser angustiante para quem a vivencia.
Como profissional da área da saúde estética, quero abordar esse tema com você, explicando as causas, tipos, e opções de tratamento disponíveis.
A alopecia areata é uma doença autoimune que provoca queda de cabelo em áreas específicas do corpo.
O cabelo cai de forma abrupta e muitas vezes em áreas arredondadas, o que pode causar grande impacto na autoestima e na qualidade de vida de quem é afetado.
Essa condição afeta tanto homens quanto mulheres, e pode surgir em qualquer fase da vida.
No entanto, é mais comum em pessoas com predisposição genética, principalmente quando existe uma combinação de fatores desencadeantes, como estresse e doenças autoimunes associadas.
O que é a alopecia areata?
A alopecia areata é uma doença autoimune, o que significa que o próprio sistema imunológico ataca os folículos capilares, resultando na queda de cabelo.
Ela afeta aproximadamente 0,15% da população mundial e pode se manifestar de diferentes formas, dependendo da extensão da perda capilar.
Entre os diferentes tipos de alopecia areata, temos a alopecia totalis, que provoca a perda total dos cabelos, e a alopecia universalis, que causa a queda de todos os pelos do corpo.
Ambas são variantes graves, com menor chance de recuperação espontânea.
Outra forma comum é a alopecia ofiásica, que afeta a região occipital, causando a perda de cabelo na parte de trás do couro cabeludo.
Existe também a alopecia areata difusa, uma forma mais rara, que pode ser confundida com o eflúvio telógeno, caracterizada por uma queda difusa dos fios, sem áreas calvas claramente definidas.
Fonte: Interventions for alopecia areata (Review)
Quais são as causas da alopecia areata?
Como mencionado anteriormente, a alopecia areata é uma doença autoimune. O sistema imunológico, que normalmente protege o corpo de infecções e doenças, ataca os folículos capilares, resultando na queda dos fios.
As causas exatas da alopecia areata ainda são objeto de estudo, mas sabemos que há uma predisposição genética para a condição. Além disso, vários gatilhos podem provocar o início ou agravamento da doença, como:
- Estresse emocional ou físico: eventos estressantes podem desencadear a queda de cabelo em pessoas predispostas à alopecia areata.
- Doenças autoimunes: condições como lúpus, artrite reumatoide, e doença celíaca estão associadas à alopecia areata.
- Infecções virais e vacinações: em alguns casos, infecções ou a administração de certas vacinas podem atuar como gatilhos.
- Traumas físicos ou psicológicos: eventos traumáticos também podem provocar uma resposta autoimune.
Tipos de alopecia areata
Além dos tipos já mencionados, gostaria de detalhar alguns dos mais comuns:
- Alopecia areata clássica: manifesta-se por áreas calvas de formato arredondado ou oval no couro cabeludo ou outras regiões com pelos. Geralmente, não há dor ou coceira, mas em alguns casos pode haver inflamação local.
- Alopecia totalis: essa forma envolve a perda completa dos cabelos no couro cabeludo. Embora algumas pessoas consigam recuperar parte dos fios, em muitos casos a recuperação é parcial ou não ocorre.
- Alopecia universalis: a forma mais grave, resultando na perda de todos os pelos do corpo. Embora rara, essa condição tem um grande impacto psicológico e na qualidade de vida dos pacientes.
- Alopecia ofiásica: afeta a região occipital (nuca), e pode ser difícil de tratar. Geralmente, está associada a um mau prognóstico.
Como diagnosticar a alopecia areata?
O diagnóstico da alopecia areata é clínico, baseado principalmente na aparência das áreas de perda de cabelo. Além disso, o exame com tricoscopia pode ajudar a diferenciar a alopecia areata de outras causas de queda de cabelo.
Durante o exame clínico, o profissional busca por características como cabelos em forma de ponto de exclamação, um sinal clássico da doença.
Esses fios são afilados na base e mais espessos na ponta, indicando que o folículo capilar foi atacado pelo sistema imunológico.
Como tratar a alopecia areata?
Infelizmente, não há cura definitiva para a alopecia areata, mas existem tratamentos que podem ajudar a estimular o crescimento dos cabelos e a controlar a atividade da doença. As opções de tratamento incluem:
- Corticosteroides tópicos ou injetáveis: são amplamente usados para reduzir a inflamação no local afetado e suprimir a resposta autoimune. Embora eficazes para alguns pacientes, os corticosteroides podem ter efeitos colaterais, como afinamento da pele.
- Imunoterapia tópica: essa terapia usa substâncias químicas para induzir uma reação alérgica no couro cabeludo, com o objetivo de desviar a atenção do sistema imunológico do folículo capilar.
- Minoxidil: frequentemente usado no tratamento de outras formas de queda capilar, como a alopecia androgenética, o minoxidil também pode ser eficaz para estimular o crescimento capilar em pacientes com alopecia areata.
- Terapia com luz ultravioleta (PUVA): em alguns casos, a exposição à luz ultravioleta combinada com psoralen (um agente sensibilizador) pode ajudar a estimular o crescimento dos cabelos.
- Tratamento com plasma rico em plaquetas (PRP): essa é uma abordagem promissora, que utiliza o plasma do próprio paciente para estimular a regeneração dos folículos capilares.
Além desses tratamentos, é fundamental adotar uma abordagem holística, focada no bem-estar físico e mental do paciente. O controle do estresse é crucial para evitar o agravamento da alopecia areata, e a psicoterapia pode ser uma ferramenta valiosa para lidar com os desafios emocionais associados à queda de cabelo.
Como prevenir a progressão da alopecia areata?
Embora não seja possível evitar completamente o desenvolvimento da alopecia areata, algumas medidas podem ajudar a minimizar o risco de agravamento da doença:
- Redução do estresse: técnicas como meditação, ioga e exercícios físicos podem ajudar a reduzir o impacto do estresse no sistema imunológico.
- Cuidado com o couro cabeludo: é importante manter o couro cabeludo saudável, evitando o uso excessivo de produtos químicos agressivos.
- Monitoramento médico: o acompanhamento regular com um tricologista é fundamental para monitorar a progressão da doença e ajustar o tratamento conforme necessário.
Alopecia areata tem cura?
Embora a alopecia areata não tenha uma cura definitiva, é importante lembrar que muitos pacientes conseguem recuperar os cabelos, especialmente quando o tratamento é iniciado precocemente.
Em alguns casos, a recuperação é completa e os cabelos voltam a crescer sem a necessidade de intervenção contínua.
No entanto, em formas mais graves, como a alopecia totalis e a alopecia universalis, a recuperação pode ser mais difícil e o tratamento visa, principalmente, melhorar a qualidade de vida do paciente e minimizar o impacto emocional da doença.
A alopecia areata é uma condição desafiadora, mas com as opções de tratamento adequadas, muitos pacientes conseguem controlar a doença e estimular o crescimento capilar.
Se você está enfrentando esse problema, recomendo que procure um tricologista para uma avaliação completa e personalizada.
Se quiser saber mais sobre vitaminas que podem ajudar no tratamento da queda de cabelo, veja o nosso post Vitaminas para Queda de Cabelo.
Além disso, você pode conferir o post sobre Queda de Cabelo – Causas e Como Tratar para entender melhor as causas subjacentes da queda capilar.